CRONOLOGIA CADC

Um Século em datas

Cónego Doutor João Lavrador  Assistente Eclesiástico do CADC  O Centro Académico de Democracia Cristã celebrou em 2001 cem anos de vida. A renovação suscitada apanhou muitas pessoas sem o devido conhecimento acerca da realidade deste Centro, do que o caracteriza, dos seus objectivos, da sua natureza profunda e do seu itinerário histórico. Por isso, importa recordar algumas das datas mais significativas da sua existência, embora apresentadas de maneira esquemática.  1901 – Com data de 18 de Março, aparece a primeira acta assinada por um grupo de estudantes católicos da Universidade de Coimbra que, indignados pelo tratamento vexante de que eram alvo a Igreja e o Cristianismo, pretendem fazer frente ao laicismo intolerante que reinava no ambiente académico.  O CADC foi, desde o início, concebido como um Centro de Estudos, semelhante a muitos outros que proliferaram na Europa, para reforçar, através da reflexão doutrinária, os Círculos Católicos de Operários.  O seu enquadramento doutrinário faz-se através da Encíclica de Leão XIII «Graves de communi», na qual o Papa confina o movimento democrata cristão a mero movimento social, alheio a qualquer intervenção política e afastado de qualquer forma de organização partidária.  1903 – Recebe definitivamente o nome de Centro Académico de Democracia Cristã. Ao princípio pensaram em denominá-lo Centro Nacional Académico, mas este nome poderia levar à confusão com os Centros Nacionais, que dariam origem ao Partido Nacionalista.  1904 – Tem sede própria e recebe a legalização oficial, civil e eclesiástica, com a aprovação dos seus estatutos.  1905 – Contava com cerca de uma centena de sócios. Neste mesmo ano é dada à luz a revista Estudos Sociais. Importante órgão para a divulgação dos ideais dos estudantes católicos e na qual eram patentes as suas posições avançadas e inovadoras.  1909 – É criada a União da Juventude Católica Portuguesa, que pretendia unir os vários centros do mesmo género aparecidos em Lisboa, no Porto e em Braga.  1910 – Dá-se a implantação da República em Portugal e com ela o CADC foi desmantelado, a sua sede saqueada e encerrada. Há uma decapitação do movimento social católico.  1911 – Um grupo de estudantes católicos toma a decisão de reagir ao clima de hostilidade que contra a Igreja e o Cristianismo continuava a dominar o ambiente académico.  1912 – Reabre o CADC e cria-se o jornal O Imparcial, que se caracteriza por ser um jornal de combate.           – Neste mesmo ano, é constituída a Federação das Juventudes Católicas Portuguesas.  1913 – Primeiro congresso da Federação das Juventudes Católicas Portuguesas.  1919 – Cessa a publicação do jornal O Imparcial. Durante os sete anos de vida afirmara-se como um órgão combativo, lutara pela liberdade religiosa e pela liberdade da Igreja, e distinguira-se pelo reinvindicar de uma maior qualificação da vida universitária.  1922 – É publicado o primeiro número da revista Estudos, que se publicará ininterruptamente até 1970. A sua publicação é retomada, com este número, em 2003.  1932 – São aprovadas as Bases da Acção Católica. O CADC é integrado na Acção Católica, como parte da Juventude Universitária Católica, com a secção Universitária, e na Juventude Escolar Católica, com a sua secção escolar liceal. Os dirigentes do CADC continuaram, porém, a ser eleitos e não nomeados.  1950 – Dá-se o reconhecimento oficial do seu estatuto de organismo autónomo da Acção Católica Portuguesa.  1953 – 1.º Congresso da JUC. Dá-se uma maior atenção aos problemas sociais dos universitários e às actividades circum-escolares e associativas, entendidas como actividades de formação no domínio quer da moral quer do social. Estes assuntos estão bem reflectidos na revista Estudos.  1958 – Presença do Dom António Ferreira Gomes, Bispo do Porto, no CADC, intervindo numa das Conferências sobre problemas sociais.  1961 – O começo da guerra de Angola e a ocupação de Goa tiveram fortes reflexos na vida do CADC, como aliás na vida universitária em geral.  1962 – Inicia-se em Roma o Concílio Ecuménico Vaticano II, que viria a terminar em 8 de Dezembro de 1965. Este acontecimento provocou na Igreja uma renovação que teve a sua manifestação também no CADC, como em toda a Acção Católica.  1969 – Dá-se a crise estudantil, à qual o CADC não poderia ficar indiferente. Aproximou-se mais do movimento estudantil, acabando por ser envolvido pela dinâmica da crise e das reacções dos estudantes universitários, nesse mesmo ano. A revista Estudos publica alguns textos sobre a crise académica.  1970 – Os responsáveis do CADC vêem-se obrigados a pedir a suspensão das actividades do CADC.  1971 – É criado o Instituto Universitário Justiça e Paz que garantirá o exercício da Pastoral Universitária em Coimbra.  O CADC fica sem actividade até ao ano 2001. Porém, nunca foi extinto.  2000 – Reúne-se um grupo de Antigos Presidentes do CADC com o objectivo de programar as celebrações do I Centenário de Vida do CADC. Do programa constavam dois momentos importantes: a realização de um Congresso sobre «O CADC na vida da Igreja e da Sociedade Portuguesa» e a reunião dos Sócios Antigos para decidirem da renovação do CADC.  2001 – Nos dias 17 e 18 de Março, cerca de 450 sócios antigos e alguns convidados participam no Congresso «O CADC na vida da Igreja e da Sociedade Portuguesa».  No dia 8 de Dezembro, realiza-se uma Assembleia Geral dos sócios antigos, os quais decidem renovar o CADC, nomear uma Comissão de Reinstalação que terá como tarefa a actualização dos Estatutos e a proposta de novos sócios. Terá ainda a seu cargo iniciar actividades que julgue convenientes para a vida do CADC.  2002 – No dia 8 de Dezembro, realiza-se nova Assembleia Geral do CADC, na qual se aprovam os novos Estatutos e é eleita uma Comissão Directiva que dirigirá o CADC até à eleição, um ano volvido, dos órgãos do CADC.  O Senhor Bispo de Coimbra aprova os Estatutos e faz a homologação da Comissão Directiva.  2003 – No dia 8 de Dezembro, realiza-se a Assembleia Geral dos sócios do CADC, faz-se a eleição da Mesa da Assembleia Geral, da Direcção e do Conselho Fiscal. É apresentado o 1º número da nova série da revista Estudos.